quinta-feira, 29 de abril de 2010

POEMA:SOB A LUZ DA LUA



Um sonho, uma magia
Uma ilusão, uma fantasia,
Seu beijo toca-me
Num virtual
Surreal, uma doce
Lembrança real
Que lua penumbra
Em dupla face...
Nós e sonho!

-Clécia Santos-

POEMA: A RÉSTIA


A réstia em festa
Barganhou,
Tornou-se afinal, vitoriosa!
E como imposta
Se deliciou
Tripudiou
Aumentou em números
De matemática boba
Por mais um pouco de luz...
Entrou pela porta.
Sorria dos tolos
Que o seguiam...
Oh! Mãos que latem!
Lambiam restos
Que ficavam da réstia
Que arrogante, pensou ser luz!

-Clécia Santos-

terça-feira, 27 de abril de 2010

HAICAI: JARDINS


Um beijo...
Nos jardins, só querubins...
Restou o desejo!

-Clécia Santos-

POESIA: RETOQUES


Rebusquei paredes, contornos,
Assim, que me toquem,
Mas, só observo...
As paredes frias
Dos sentimentos varridos
Dos sonhos perdidos.
Desesperar? Como? Por quê?
Se somos restos repostos,
Procuras e retoques
Que se imagina,
Que imaginam que somos.
Por enquanto, retoques!

-Clécia Santos-

CORDEL: UM MENINO...


Esse menino poderia ser
Apenas um menino comum
Mas a vida o fez querer
Ser bom e incomum.

Não queria ficar em casa,
Não quis jogar bola,
Não quis ficar na rua,
Pegou o rumo da escola.

Chegando lá, se fez de sapeca
Tudo sorria numa feliz harmonia:
As árvores, o espaço, a quadra,
Enfim,ficou numa alegria!

O nome desse menino? Não importa!
Só a vontade em estudar lhe bastava,
Queria aprender, queria lutar,
Viver a poesia que é estudar!

O menino aprendeu muito
Viajou nas diversas matérias,
Conheceu várias histórias,
Achou que aprender era bonito.

Adorou a professora de Ciências,
Ela era bonita por dentro,
Tinha um coração de ouro...
O fez ver que a paz é ter consciência!

Aprendeu que nessa onda...
De ondas de alegrias,
De amar o verde da poesia,
O fazia ser leve e criar fantasias!

Seria um descobridor da vida.
Aprenderia mais e mais...
Seria um bom rapaz, e ainda,
Um homem orgulhoso, seria feliz!

-Clécia Santos-

ρσєѕια:єѕρєℓнσ мєυ...


яєиυи¢ισ
тσ∂α α fσямα
νιтяαℓ
σи∂є αвяιgα
иãσ мαтιиαιѕ
иãσ νινσ
иãσ σ яσѕтσ
яєνιяєι σ яσѕтσ
мαѕ σ мєυ мαυ
é συтяσ
¢σиѕυмιя, ¢σиѕυмιя
νσυ ѕυмιя
иσѕ ѕυвтєяfúgισѕ
∂єѕѕє мαυ єѕρєℓнσ
qυє мσѕтяα яυíиαѕ
∂αѕ ℓιинαѕ...
fυи∂αѕ ∂є мєυ яσѕтσ!

-¢ℓé¢ια ѕαитσѕ-

POESIA: ESPELHO MEU...


Renuncio
Toda a forma
Vitral...
Onde abriga
Não matinais,
Não o vivo,
Não o rosto,
Revirei o rosto.
Mas o meu mau
É outro
Consumir, consumir
Vou sumir
Nos subterfúgios
Desse mau espelho
Que mostra ruínas
Das linhas
Fundas de meu rosto!

-Clécia Santos-

segunda-feira, 26 de abril de 2010

POESIA:PRELÚDIO DOS PIRILAMPOS


A boemia do brilho se perdeu...
Poemas, poesias, cânticos,
Em violinos e em festas,
Destilaram lampejos divinos.
Rondaram na magia de lindas madrugadas.
Ah! Misturaram-se aos sonhos...
Em milhares deles,
Perderam-se nos destinos
Cada um deles, sob a imaginação.
Ah! Os pirilampos! São luzes...
Que se lançam em preludios
E adormecem sonhos.

-Clécia Santos-

POEMA:SONHAR COMIGO...



Vou desfilar em teu sonho
Te castigar de paixão...
Num abraço dos mais cruéis!
Ser teu tormento preferido,
De meus braços e beijos...
Te fazer perder-se e me perder
Na melhor maneira masoquista
Nos sofrimentos do amor!
Ser fatal, te enlouquecer!
Fazer escorrer aquela tua lágrima
De desejo satisfeito!

-Clécia Santos-

POEMA:SILÊNCIO


Estou em estado latente
Em sonhos, repousa
Teu sorriso entreaberto,
Porto seguro
Na neblina que me encontro!
E há danças,
Lembranças, brindes,
Numa festa à dois.
Canções particulares
Apenas nossas...
Murmúrios inaudíveis
Sonhos num palácio
Das ilusões...
Onde não há vilões
Ou pierrôs...Columbinas!
Apenas o som
Sonoro do silêncio
Musical de nossos corpos!!

-Clécia Santos-

MICROCONTO: O FILHO QUE NÃO É FILHO DE PEIXE


A mãe era ótima professora de Português.O filho não sabia escrever corretamente. Afinal iria correr em vaquejadas, quis ser vaqueiro...

-Clécia Santos-

MICROCONTO: O SOFÁ


Estava só agora. Observava em silêncio, o sofá, que ainda se encontrava com a marca do corpo do seu ex. Iria esquecê-lo, doaria o sofá.

-Clécia Santos-

domingo, 25 de abril de 2010

HAICAI: SONHAR...

POESIA: FANTASIA


Nos traçados da vida
O nada do vazio incubou-se
Escondeu-se por entre frestas,
Observava meio tosco
Que a luz adentrava...
Fazia-se presente,
Transformando minha imaginação.
A fantasia tornou-se
Como um membro da família
Onde de cada cor
O brilho é estrelar.
Oh! Raio de estrelas!
Que mácula seria eu?
Se na magia encontro-me...
Observo meio as inspirações,
Que a fantasia sorriu para mim!

-Clécia Santos-

sábado, 24 de abril de 2010

CRÔNICA: O FANTASMA DA ÓPERA - O FILME


O fantástico deslumbramento nos sonhos de qualquer poeta, poetisa, escritor, ator, atriz, dançarino ou dançarina, seria está presente, perto, vivenciando uma obra como esta. A repetida história do fantástico fantasma, vivo, embora por anos em omissão nos labirintos de um lindo teatro, nos deixa numa profunda admiração. Numa enorme vontade de contracenar, de emocionar também, de correr nos subterfúgios daquela imponente construção, de amar e ser amada daquela maneira tão fortemente divinal.

O lirismo é estupendamente envolvente, sonhador, sensual, penoso, apaixonado. As canções em tons graves, suaves, dançantes, ritmadas, deixa-nos a grande impressão de que o limiar está ali E que vale à pena ouvir e ver inúmeras vezes, numa incansável procura de nossas respostas para dizer, um simples falar:

- Venha amor, estou te esperando!A porta encontra-se entreaberta...

-Deixe amor, aquela rosa vermelha com os espinhos de seu amor sofrido por mim!

-Corra! Venha me tirar desse raptor e fantasma apaixonado,homem das trevas...

-Grite amor! Que ama-me, que caminharei contigo, pela vida inteira!

E por fim, sair nos braços amorosos daquele que batalhou, sofreu, semeou a felicidade de maneira suave, sem medo do enfrentamento dos desafios imposto pela vida. Fazer um filme num maravilhoso musical desses é fantástico! Dar uma vontade de simplesmente nos levantar de um lugar qualquer da sala, ou outro espaço da casa depois de assisti-lo num DVD, aplaudir, gritar várias vezes: BRAVO! BRAVO! BRAVO!

A sequência dos cenários perfeitos que deixa-nos maravilhados, boquiabertos. Mas destaco o baile esplendoroso de máscaras. Em que além do lirismo, o magnífico ritmo da música, a valsa emocionante com os leques numa coreografia bárbara! Meu Deus! Dos deuses do Olimpo! Meu olhar não conseguia só ver! Meu olhar desejava ficar por trás daquelas máscaras! As minhas mãos não queriam ficar paradas. Desejavam segurar um daqueles leques e abri-los sensualmente!Meus pés estavam sedentos para uma valsa, para desafiar os obstáculos e descer por fios de sedas coloridas das pontes visualizadas em determinadas silhuetas.

Deixo aqui o resumo do filme, ao qual, convido aos leitores fazerem um jeito em assisti-lo pela primeira vez ou revê-lo. obrigada pela atenção mais uma vez desses meus surtos em fazer comentários dos filmes que deixam-me emocionada.

RESUMO: O teatro de Paris é o lugar perfeito para um "fantasma"(Gerard Butler) se refugiar. Desfigurado, ele encontra em Christine( Emmy Rossum) a cantora ideal para alcançar suas próprias aspirações. Mas o abandono de La Carlota(Minnie Driver)aos ensaios, leva Christine para o papel principal do espetáculo. Na estréia, o fantasma assiste ao début de sua protegida no camarote.Mas ele não é o único a ser seduzido pelo encanto da jovem. O visconde Raoul de Chagny( Patrick Wilson), um namoradinho de infância de Christine, a reencontra.Com o coração dividido, a moça acaba despertando a ira do fantasma, cujo ciúme violento e obsessivo coloca em risco a vida de qualquer um que ouse entrar no teatro Paris.

A música de Lloyd Weber Learn to be lonely não foi encaixada na ópera. Na montagem de 2004 do filme, porém, a música foi posta nos créditos, indicado inclusive para o Oscar 2005 por Melhor Canção Original.


-Angel-

FRASE: COISAS SIMPLES


A suprema felicidade da poesia
Se encontra em observar
As coisas simples de VIDA!

-Angel-

sexta-feira, 23 de abril de 2010

POETRIX:NOS BRAÇOS DA POESIA

HAICAI: O TOM E O TOQUE

POESIA: O NOSSO AMOR OCULTO


Na canção onde escondo teus lábios
Dentro de meu coração,
Sou teu diamante não lapidado
Onde te venero assim...
O teu brilho em minha procura
Misteriosamente rara.
Entre o teu pensamento
Percorrendo o lapidar bonito
Que encontro, só no teu amor!
O nosso raro amor oculto!

-Angel-

CONTO:FRIOS LABIRINTOS



Estamos num ano de algumas turbulências na nossa faculdade. Muitas pesquisas de campo, trabalhos, provas, entrevistas, afinal, fazíamos o último período do curso de jornalismo. Eu, Diana, uma moça já experiente, entrei no curso um pouco tarde. Não por preguiça de estudar, mas pelas dificuldades financeiras que minha família enfrentava e tive que trabalhar logo cedo. Assim, comecei a faculdade aos vinte e sete anos, com muita luta, trabalhando pela manhã e à tarde dedicava-me totalmente aos estudos.

Num desses trabalhos de pesquisas em campo, estávamos determinadas a enfrentar alguns desafios, entre eles, ir ao local predestinado, fotografar, entrevistar e publicar algumas matérias. Eu e a Ana Joana, ficamos no grupo de buscar questões para desvendar "o por quê" de alguns prédios de apartamentos, residências, pousadas e hotéis, ficarem à mercê da sorte, no despropósito de parar a sua construção no meio do caminho, deixando tanta gente sem lugar para morar ou se instalar. Onde também muitas pessoas investiam suas finanças, e sem motivo aparente, tinham prejuízos, ou eram transferidos para outros planos do grupo do qual faziam parte.

Mas achávamos que na cidade não dava para fazer o tal trabalho, pois ficava mais fácil para os colegas que não tinham outras ocupações fora da faculdade.Sendo assim, iríamos aproveitar um feriadão desses que existem e faríamos a pesquisa em pousadas ou hotéis inacabados, no litoral. A pesquisa seria envolvente, interessante, e além disso, iríamos curtir o ar puro desses lugares, com um ar puro.

Deixamos tudo para trás, trabalho do dia à dia, a agitação dos corredores da faculdade, e viajamos no carro do irmão de Ana Joana, de segunda mão, mas bem conservado. Deixamos as malas no hotel, que era simples, fizemos "uma xecada"
de longe no lugar e encontramos o que estávamos precisando, uma pousada que poderia ser linda, estava ali totalmente inacabada. Beirava as dunas da região, numa mórbida visão de que só os ventos por ali passavam. Disse para a Ana que iríamos deixar o carro no hotel e voltaríamos por ali, caminhando mesmo. E assim, fizemos.

Ao chegar no hotel, uma das primas de Ana estava lá, ficaram numa conversa longa. Eu impulsiva que sou, impaciente também pelo tempo que corria, falei que iria sozinha.
Ela concordou. Sai apressada em busca de uma aventura! Pensei comigo mesma.A distância não era tão próxima como havia achado. Andei com um chapéu de panamá, o sol era forte e o vento, de vez em quando tirava-o de minha cabeça, fazendo-me correr atrás e repondo-o.

Chegando lá, não vi e nem percebi ninguém para cuidar daquele espaço que agora estava inútil para o uso. As ervas daninhas tomavam conta de quase toda a entrada, tive receio de encontrar ratos, insetos ou algum animal perigoso. Dentro, vi paredes sem o reboco, um salão com uma projeção para ser de festas e um balcão com pedra de mármore branca numa arquitetura bonita e bem colocada. Acima, havia locais para o uso de taças ou copos.Quando procurei na bolsa a máquina, me bateu uma raiva, tinha deixado no banco do carro. Um esquecimento, imperdoável! Verifiquei os vários quartos com as paredes frias, sem camas, sem o aconchego dos corpos nos enlaces amorosos de sempre. Haviam só um chão de barro socado, em alguns, só uma camada de cimento, sem o brilho do piso sonhado.

Quando fui saindo, um homem de uma aparência estranha, beirando uns quarenta anos, com um colete preto, veio em minha direção. Fiquei gelada, um frio suado percorreu a minha espinha, mexeu com meu equilíbrio, pensei que fosse desmaiar.

-Moça,o quê faz por aqui?

-Nada não moço, achei bonito essa pousada e vim dar só uma olhada. O senhor toma conta daqui?

-Sim, desde de ontem à noite estou por aqui, sou pago para expulsar os curiosos e para que não façam a invasão daqui.

-Mas o senhor sabe quem são os donos? Por quê pararam a construção?

-Sei de nada não moça e nem quero saber. Sou pago para ficar só tomando conta.

A entrevista durou pouco, o homem era fechado, não falou sobre os donos, fiquei incomodada e sai dali rápido. Comentei para a Ana Joana dos perigos que era enfrentar estes trabalhos exigidos pela faculdade, quis desfazer dos nossos planos e voltar. A Ana sorria, pedia calma, iria à tarde e faria só umas fotos. Seria um jogo bem rápido, iria tirar as fotos, colocaria no notbook e escreveríamos a matéria em casa mesmo. Concordei, pedi para irmos de carro, achei longe irmos caminhando. Mas a Ana me viu tão exausta, que disse-me que iria sozinha no carro. Pensei um pouco, concordei, estava com dor de cabeça do sol que havia tomado parcialmente. Assim aconteceu, ela foi e eu fiquei no quarto, onde cai em sono profundo.

Ao acordar, já era noite, fiquei desnorteada, levantei, olhei para o relógio. Pensei na Ana, se já havia voltado da sessão de fotos naquela "pousada fantasma".O tempo foi passando, passando, e nada de Ana voltar. Me preocupei, quis ir até lá. Mas as ruas se estreitavam em escuridão, desisti. Virei uma noite na angústia de mil pensamentos que povoaram a minha cabeça! Entre eles, que a Ana tinha voltado, ido com aquela prima para alguma baladinha e que estava bem e eu preocupada à toa. Liguei várias vezes para o celular dela e nada, caia na caixa postal constantemente.
Adormeci pelo cansaço de pensar.

Pela manhã, vi uma movimentação muito estranha por ali naquele hotel simples. Um certo tumulto na frente, o carro da polícia parado com os faróis de alerta acessos. (Nossa, o que teria ocorrido?) Pensei. Ao chegar fora, vi uma cena que jamais esquecerei da mente! Minha amiga Ana Joana, estava morta, havia levado um tiro na base na cabeça por trás. O sangue pisado, o rosto alvo, pelo tempo que havia ocorrido o crime, cabelos castanhos e ondulados, sem o mesmo cuidado que tinha, estavam manchados de sangue, misturado a areia e algumas ervas daninhas. Não acreditei! Estavam apenas me esperando para o reconhecimento do corpo que seria levado para o ITEP da região. Sem nenhuma explicação, não sabiam quem teria sido o assassino.Não haviam levado o carro, não se tratava de assalto, esclareceram.Mas a máquina digital, havia desaparecido, misteriosamente.

Agora, aqui, observando esse monte de túmulos, sentada à esmo, triste, pela opção nesse trabalho inacabado, trágico, de respostas vazias, de labirintos frios, fico pensando:

-Quantos e quantas não se foram por perseguições jornalísticas?

-Quantos serão silenciados? Ou silenciadas?

-Quem são os culpados?

Os labirintos de concretos são vazios, frios, inertes, impessoais, mas aqui, a frieza é da total ausência!

-Angel-

quinta-feira, 22 de abril de 2010

COMUNICADO POÉTICO:


AOS LEITORES E SEGUIDORES DESTE BLOG:

A vocês leitores e seguidores o meu maior respeito!
Pelos comentários carinhosos, pelas leituras, pelo
simples olhar que transforma-se em incentivo, nessa
vontade maravilhosa de escrever, apenas pelo simples
fatos de criar! Aqui em abril, dois dos meus escritos
foram selecionados para uma coletânea de poesia no CBJE:

SEMEAR

E para uma coletânea de contos no CBJE: O SEGREDO DE SARAH LEE,
que por aqui está no mês de março.

Observem, leiam, curtam e façam comentários, estes
trabalhos serão publicados. Agradeço à Deus e a delícia
que é SER POETISA E ESCRITORA!!

O meu muito obrigada!!


-Angel-

HAICAI:DELICADEZA


Ame com a delicadeza pela qual...
As flores do campo são tocadas!
Pelas borboletas aos ventos!

-Clécia Santos-

quarta-feira, 21 de abril de 2010

POEMA: ALMA BANDIDA


Há controvérsias sobre nossos altos e baixos...
Nos nossos sobressaltos da inconstância que é o amor.
Ele não tem definições definitivas
Muitas vezes vem, suavemente, ao ritmo da canção.
Outras vezes, vem arrebatador, uma alma bandida,
Numa paixão avassaladora e sem visão....
Corroendo definitivamente a razão.
Ah! Mas o amor é a mais pura emoção!
Seja puramente dócil ou galopando
Numa relva mágica da louca e cega paixão!

-Angel-

POESIA: SUAVIDADE FEMININA...


Sou uma mulher sem rosto
Sublime calma
De meiguice até a alma
O meu toque apaixonado
Por entre os poros que exalo
Têm rimas e suores
De perfume que restei.
Uma mente delicada
Por entre cetim e sedas
Cor puramente mentalizada
Perfeita gueixa
Uma sedução suavizada
Não que eu queira...
Sou assim, incorporei!
O por quê? O por quê?
Uma simples mulher sem rosto!

-Angel-

FRASE:QUEM SOU?


Se perguntarem: -Quem você é realmente?
Direi: - Sou o frescor da brisa que vem do mar,
O cheiro da chuva em terras vermelhas
E a poesia de tudo isso!

-Angel-

HAICAI: TODA POESIA...


A invasão da poesia
Propondo toda a emoção
É a razão do paraíso da vida!

-Angel-

terça-feira, 20 de abril de 2010

FRASE: BEM-ME-QUER!


Quem sou para aguardar do dia de amanhã?
Uma pétala aos ventos...
Onde quero parar aos pés de flores,
Aos pés de um bem-me-quer!

-Angel-

HAICAI: DA SOLIDÃO...


Toda as vezes que a solidão
Bateu na minha porta...
Não fui rude, tentei compreendê-la!

-Angel-

segunda-feira, 19 de abril de 2010

POESIA : FRAGMENTOS


Espalharei aos ventos, palavras.
Direi o que meu grito oculta,
Que além dos horizontes
Apresento-me cristal.
Um deslumbramento pronto
Fino, polido, delicado,
Feições pré definidas
De que as palavras vingam!

-Angel-

CORDEL - NAMORAR (Angel- Lully e Luzia)



Se existe uma coisa nesse mundo
Que todos e todas gostam
É esse tal de namoro
Num jogo do beija e beijam.


A vida fica mais alegre...
O dia mais radiante
E toda noite é enluarada,
Mesmo que seja só estrelada!

-Angel-


Ah! Como é bom namorar
Sentar num banco da praça
Ficar juntinhos, apertadinhos
Sob a luz do luar!

Contar as estrelas e quem errar
Aiaiaiai vai ter que pagar
Com um beijo, um xero
E...Sei lá o que mais!

-Lully-

Namorar é bom demais
Tem beijos e carinho
Com sabor de algo mais
Deixa tudo quentinho

Namorando na praça
Sob os raios da lua
É bom e é de graça
Minha mão junto a tua

- Luzia -

Não há luar que resista
O jogo nesse aconchego
O namoro nasceu para lua
Assim como um bom apego...

Terminamos esse lindo cordel
Convidando por aqui, vocês
Reanimar o amor, mesmo com anel,
Mas do namoro ser freguês.

-Angel-

Obs: As poetisas que aqui dividem comigo esta cordel, são do CANTO DO ESCRITOR, as quais agradeço de coração!

POEMA:A POESIA QUE É AMAR


O amor não busca a perfeição
Ele acontece. E pronto!
Nos perdemos no tempo...
Se sou menina ou mulher
Não sei...

O amor não busca a riqueza
Ele acontece. E pronto!
Nos perdemos na diferença...
Se sou rica ou pobre
Não sei...

O amor não busca o orgulho
Ele acontece. E pronto!
Nos perdemos na humildade...
Se fui soberba
Não sei...

Se o amor acontece, deixe a porta aberta!

-Angel-

domingo, 18 de abril de 2010

CRÔNICA: ETERNAMENTE PAGU -O FILME


Há quem desdém do filme brasileiro, falando que é fraco, resumido, libertino, contestável de algum modo, não é verdade? Mas assistindo a este filme raro, brasileiro, com dificuldades em sua tecnologia, digo que fiquei entre admirada e comovida, com o trabalho dos atores brasileiros, o roteiro, a direção e principalmente com a história. E como poetisa que sou, viajei a cada cena de encantos mil, fora a força da poetisa Pagu, em seus romances, sua sede de liberdade, sua luta pelo trabalho e reconhecimento do povo brasileiro, afinal, foi por muito tempo na sua época, uma militante do antigo comunismo nesse país.

Com razão a minha dica para que os leitores tentem ver ou mesmo rever essa história, fica na poetisa que foi Pagu, na sua influência sobre o nosso país, a sua importância deixada entre os seus admiradores, seus seguidores e é óbvio pela a personalidade que tinha em todos os aspectos.

Esta mulher revolucionou os costumes, lançando além de seu tempo, modas. Entre elas, o uso da calça comprida para as mulheres, caso que chocava a sociedade da época entre as décadas de vinte e trinta, em São Paulo, onde viveu boa parte de sua vida. Vou escrever pouco sobre esta vibrante poetisa de olhos profundos, pele clara, cabelos castanhos, ótima poetisa. Deixo a curiosidade, o gosto pela pesquisa, a vontade de conhecer os seus poemas e suas poesias.

Teve relacionamentos com vários homens influentes, entre eles, o poeta Oswald de Andrade, onde encontravam-se clandestinamente, já que o mesmo era casado com a pintora Tarsila do Amaral. Mesmo assim, Pagu, chamada carinhosamente de "a mascote", amava e era muito amiga desta artista. Depois, que Pagu, teve o seu primeiro filho de Oswald de Andrade, a sua vida, sofreu uma reviravolta, pois filiada ao partido comunista brasileiro, foi bastante perseguida, presa várias vezes, extraditada para outro país, a França.

Na França, conheceu a amiga Elze, que muito lhe deu apoio em toda a sua estadia por lá. Relacionou-se com um ator francês, o Jean, mas um romance passageiro, já que o seu coração estava ligado a tudo o que se passava no Brasil. Tinha saudades da família, do filho, de Oswald. De volta ao Brasil, sentiu uma grande mudança em relação a recepção do poeta, que frio, sem o mesmo amor, acabara se relacionando com outra mulher, a Bárbara. Assim, separam-se e Pagu, vai morar com a irmã e o filho em São Paulo, num simples quarto de pensão. Nessa época, conhece um redator de um jornal, onde a emprega e por fim, ambos se apaixonam.

A vida de Pagu por muito tempo foi de sofrimento, lágrimas, perseguições e outra vez presa, deixa-se levar pelo uso excessivo do cigarro. Mas sempre escrevendo belos poemas e poesias, tinha o isolamento como companhia. Com o tempo pago na prisão por uma condenação de presa política, é liberada, indo morar definitivamente com Geraldo, que tinha por ela um amor verdadeiro e apaixonado.

Mas um certo dia, Pagu descobre que está com os pulmões comprometidos, torna-se depressiva, não aceita a doença e dispara um tiro em seu próprio corpo. Assim, deixo em resumo esta linda história, que inacabada, vocês tiveram a visão desses fatos de uma poetisa tão instigante, a Pagu - Patrícia Galvão. Aqui, trechos de um pequeno poema, o qual foi mentalizado por ela, na sua volta para o Brasil:

"Estandarte que a luz e o som encerra
E promessa divina de esperança...
Oh! Pátria amada idolatrada,
Há quanto tempo..."



ROTEIRO DO FILME: Chamada de "a musa do surrealismo",Patrícia Galvão, Pagu, mascate dos intelectuais paulistas, na década de vinte e trinta, escandalizou a burguesia da época com sua maneira de ser e de pensar absolutamente anticonvencionais. Destacam-se no filme seu engajamento político, a amizade com a pintora Tarsila do Amaral, e o seu grande romance com o escritor, Oswald de Andrade. Excelente cenografia da época e inesquecível interpretação de Carla Camurati, no papel título de Pagu. Primeiro longa metragem dirigido por Norma Bengell, uma das maiores musas do cinema nacioanal.
E ainda, Antônio Fagundes (Oswald de Andrade),Esther Góis(Tarsila do Amaral) e Otávio Augusto(Geraldo).

-Angel-

POESIA: MADRUGAR...


Em meus versos fiz da poesia
Minha ilha, meu carinho.
Sem rimas, livres do universo
Submisso e acorrentado.
A madrugada me fez um favor,
Deixou o sono para depois.
Acompanhou minha alma latina,
Fez de minhas mãos
A mais pura luz
A energia da magia...
Onde o que tocava
Virava a fantasia.
E a madruga me sorria
Observando que solidão
Para ela perdia
Todo o espaço para suas rimas!

-Angel-

sábado, 17 de abril de 2010

CRÔNICA- HOMENAGEM A UMA ANJA CHAMADA ANGEL


Eu estava na minha diversão favorita: Velejar e Pescar, nessa brincadeira já estava em alto mar, quase pela costa do Maranhão. Além da tripulação, tinha levado um cozinheiro francês, amigo meu, que estava em busca de novos pratos pra seu bistrô em Lyon. Não sei ou não sabia a causa, mas essa noite prometia algo diferente. A minha cabeça já estava cansada de tanto me questionar sobre o que estava acontecendo ou o que iria acontecer.

Enquanto os questionamentos se embaralhavam em minha cabeça eu aproveitava os momentos deliciosos de tomar um champagne Veuve Cliquot, com numeração na própria garrafa, que delimitava sua própria produção. Ao mesmo tempo que me deliciava tomando tão precioso líquido, ouvia a música Clair de Lune/Debussy e aproveitava para apreciar a natureza tão linda, como ela estava. A noite parecia dia pelo banho que a lua dava ao ambiente. O céu estava todo estrelado.

De repente, muito mais que de repente, como diria Vinicius de Moraes, comecei a ver o céu resplandecente com imenso passeio de estrelas cruzando o meu campo visual. Uma delas era a mais bonita, era a maior e com maior intensidade de brilho; como também percebia que a cada círculo que ela dava em si mesmo e no ambiente calmo, apenas quebrado pelos acordes da maravilhosa música e de vez em quando, pela chegada momentânea do amigo Pierre trazendo alguma coisa para que eu degustasse e desse a nota ao merecido prato colocado em minha frente.

Se a música fosse apenas uma combinação de sons, não ocuparia um espaço tão grande na minha vida. Porque a música é uma janela do espírito, uma força capaz de envolver e transformar quem a ouve, ela nos acompanha em nossa caminhada pelo mundo.

Voltando ao circular das estelas, a mais bonita, a mais brilhosa, a mais radiante se aproximava cada vez mais do barco. Eu estava ficando intrigado com tamanha beleza de efeitos especiais.

De repente num vôo rasante a estrela transformou-se numa cativante e bela mulher, que mais tarde vim saber que era uma Anja de extrema beleza e pureza, que se transformava em uma simples mulher para cativar corações solitários. Ela se apresentou como ANGEL, uma anja incansável em seu desejo de praticar, a qualquer custo, todo tipo de bem aos homens de bem com a vida.

Sua roupa era apenas uma coberta diáfana que dava a impressão de querer mostrar-se por inteira apenas pelas sombras causadas pela luminosidade da lua, que mostrava uma belíssima mulher com todos os seus encantos e encantamentos. Era a própria magia acontecendo. O tecido de sua coberta era transparente, mas nem tanto, pois só dava para se ver seus contôrnos corpóreos.

Enfím ela sentou-se à meu lado e passamos o resto da noite e madrugada conversando e sonhando, como tudo poderia ser diferente. Se algo mudasse em nossa vida, mas como não poderia mudar, percebi quando os primeiros raios do sol, surgiram no horizonte, ela começou a transformar-se novamente em estrela, sem antes me dar um beijo no rosto e prometer um próximo encontro naquele mesmo lugar, na próxima semana. Daí começou o rodopio ascendente e subiu aos céus.

Foi quando tomei consciência que tinha estado horas conversando e admirando uma anja de primeira grandeza, chamada ANGEL. E depois desse momento ela não saiu mais de minha cabeça.

Obrigado ANGEL! pela sua presença entre nós.

MARIO LUCIO, POETA, CRONISTA E ESCRITOR.
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OBS:Feita em 15/04/2010 pelo amigo do CANTO DO ESCRITOR - MÁRIO LÚCIO, como uma linda homenagem para mim. E por aqui estou reescrevendo para vocês leitores.OBG...

-ANGEL-

sexta-feira, 16 de abril de 2010

POESIA: CANÇÃO DO AMOR


Multiplicarei em mil momentos
Explosivos a minha alma...
E só tu, só tu amor meu,
Me faz navegar os poemas
Falados em músicas, como uma dança,
Mágica boemia, degustada,
Entre nossos olhares.
Vencendo os limites do tempo
Assim, aliviados de mundo,
Em que as multidões
São efêmeras brisas,
Que passam invisíveis por nós dois.
E só nós, só nós...
Aquecidos, nesse tudo,
Refletidos num amor pupilar...
Observamos um ao outro.
E no compasso das batidas do coração
Ouvimos só as músicas compostas
Nesse ritmo nosso a navegar!

-Angel-

Obs: Composto ao som da música ANGEL ( John Secada)

POETRIX: RAZÃO DE AMAR


Se não existisses, o quê seria de mim?
Se não te amasse, que razão teria a vida?
O "se" seria a razão maior
Dessa minha existência...Que seria volátil.
Destaco o "SE" em "TU" e somente assim...
A música de meu ar, seria um mar de rosas!

-Angel-

POEMA : CONOTAÇÃO NA ALMA POÉTICA


Ah! Gostaria de ser uma pequenina ninfa
Esconder-me entre as folhas de um jardim
Mesmo sendo de folhas secas
Destacadas de pés de rosas
Deixar um pó mágico nas mãos
De todas e todos que gostam de poesias.

E como uma determinação dos deuses
Num semblante de Vênus, do Olímpio,
Amar esses olhares, mesmo silenciosos
Vibrar o coração da emoção
Que dizem por aí, a deusa do amor,
Rabiscou a luz assim, tocou minha alma!

Ah! As eternas mãos de quem é poeta!
Tem uma conotação não decifrável
Impossível de saber...
São viajantes das coisas simples,
Vislumbrando em cores, todas elas...
Essa magia só tem única razão: O amor!

-Angel-

Obs: A foto acima foi pesquisada na net:O nascimento de Vênus,Botticelli

CORDEL : AO POETA MÁRIO LÚCIO- UM CORDEL PARA SUA CRÔNICA


Estou hoje toda prosa,
Nem sei se acordada
Ou mesmo sonhando assim
Encontrei um anjo querubim...

Foi me conhecendo aos poucos
Me fazendo galanteios
E sem muitos rodeios
Invadiu-me com elogios.

Os ponteiros de relógio até parou
Com a emoção que vi quando postou
Uma crônica bem carinhosa..
Pintada de pétala de rosa.

Vindo acompanhada de músicas
Numa noite de lua e de estrelas
Onde ofuscada de misterioso brilho
Nem sabia se era uma anja ou o espelho.

Mas esse galante poeta
Descreveu-me feito um sonho
Onde os sonhos moram assim
Apenas nos olhos desse querubim.

Viajei nos mares até ele
Para o agrado fazer..
Poeta Mário Lúcio, você...
Pintou nas mãos, a arte do bem- querer!

Saiba aqui, o quanto amei...
A sua arte de ser gentil e cavalheiro,
Continue assim, eu adorei...
Nesse cordel, espalharei ao mundo inteiro!

-Angel-

POETRIX: PERSEGUIR A FANTASIA....

quarta-feira, 14 de abril de 2010

TROVA: A AVASSALADORA E O ANJO DE MINHA MÃE


I

Desde de pequenina
Tive desses surtos
De vírus na vida minha
De febres a outras dores
Que no meu corpo percorria
Da cabeça até o dedinho do pé.

II

Tremia,tremia, meu Deus,tremia
Feito luz da chama da vela.
Me sentia frágil como ela
E debaixo do cobertor
Do frio ao calafrio, uma novela!
Era a briga da calma com minha alma.

III

Até que alguém de longe avistou
A avassaladora que era aquela febre
Não fez por onde e nem evitou
Que Deus mandasse aquele anjo...
Oferecendo um baita chá
Que lembro, era um tal de sabugueiro!

IY

E esse anjo me incentivou
Me acalmar na calada da madrugada
Debaixo do mesmo cobertor
Para santificar e de novo casar,
A minha alma com o meu corpo
Assim fiz, não quis relutar!

V

Cansada de tanto suar e lutar
Contra o vírus neste surto
A minha saúde tentar tomar,
Adormeci, pensando em anjos,
Já lá no céu, eu encontrar...
Mas, o sol rompeu não só o dia...

VI

Acordou, despertou minha energia
Daquela febre avassaladora
Já ao longe, fugia de malas prontas
Partia ela, também o vírus.
Respirei, enchi o peito, agradeci...
Primeiramente à Deus e ao anjo de minha mãe!

-Angel-

terça-feira, 13 de abril de 2010

CRÔNICA: LADRÕES DE GRAVATA


Estava num desses eventos promovidos entre a escola em que trabalho e a Ativa, instituição de ótimo conceito da prefeitura de minha cidade, que pela passagem de seu aniversário de 21 anos de existência, fez a honra de comemorar junto aos alunos, professores, equipe técnica e direção, um projeto bem interessante. Que tem como objetivo, o trabalho de "não violência escolar", da troca de armas de brinquedos, por material reciclável; onde os alunos e alunas, participam de oficinas no sentido de confeccionar objetos para uma futura exposição, com esses materiais.

O evento era para o lançamento da ideia para toda a comunidade escolar, havendo a presença de algumas autoridades da minha cidade, entre eles, a presidente da Ativa, o assessor do Secretário de Educação, devido a não possibilidade de sua presença naquele momento, e outros representantes da Ativa. A nossa prefeita não estava presente, por causa do seu aniversário ser neste dia.

Depois que acabou o lançamento do projeto na escola e de maneira oficial, todos começavam a se retirar. E eu como sou um pouco ousada, digamos de passagem, tentei me aproximar do assessor do prefeito, o sr. Lúcio Brandão, que naquele momento aguardava o veículo oficial para transportá-lo, possivelmente até a sua residência.Fiquei até um pouco tímida em me apresentar como professora da escola e poetisa da cidade, um tanto desconhecida, e sei que sim. E me lembro da frase que ouvimos da boca popular: "Em cada esquina, há um poeta"...

Pois bem, me aproximei, ofereci o meu livro de poesias e poemas: Flor de Cactus- 2ª edição, para o mesmo apreciar, ler e levar ao conhecimento do Secretário de Educação. Ele, de imediato, muito simpático, se dispôs a adquiri-lo. Conversamos um pouco e pelo pouco tempo que o conheci, tive maior orgulho de sua atenção e de seu interesse. Falei da dificuldade de vender o livro, da pouca divulgação que foi o seu lançamento, do trabalho e do retorno que está sendo para o tanto que gastei para a publicação. Ele, sorriu e lembrou de um poeta, assim como eu para vender o livro.

A história que ele me contou se passou no sertão de Pernambuco, em Gravatá, onde o poeta morava. Ele tinha publicado o seu livro com todo o esforço e dificuldade com recursos próprios, mas a venda desse livro de poesias tinha sido um fracasso, sendo estocado num dos quartos de sua residência. O título do livro era, Os Ladrões de Gravata.

Um dia esse poeta recebeu em sua casa com a mesma delicadeza o recebemos aqueles vendedores de enciclopédias. Dando a desculpa que não precisa de livros! O caso é que aquele vendedor, conversou com o poeta, que necessita alimentar a sua família, que a venda das enciclopédias era o seu maior ganha pão naquela ocasião. O poeta, já meio aborrecido com o papo do vendedor, mostrou para o mesmo, a pilha de seus livros estocados por não ter vendido quase nada. E falou:

-Está vendo porque não preciso de livros?

-Mas que coisa não é amigo?

-Então, convencido agora?

-Me perdoe a pergunta, qual o nome que se intitula o livro do senhor?

-Os Ladrões de Gravatas.

-Mas homem, poeta, amigo, posso chamá-lo assim, pois não!

-Claro amigo, o quê foi?

-Tenho uma brilhante ideia para vender todos os seus livros.

-Sim? E qual seria essa ideia?

-Deixa comigo, tenha a confiança nesse amigo e vendedor, e em Deus!

O Vendedor, dias depois, recolheu todos os livros do poeta, fez uma pequena modificação e vendeu todos a prefeitura da cidade, que temendo o conteúdo pelo qual se tratava o livro daquele poeta, comprou-os de uma só vez. E sabem qual foi a modificação? O livro recebeu apenas um simples acento na letra A, tornando-se: Os Ladrões de Gravatá.

Amigos e amigas hoje, nem sei se ganhei um amigo ilustre, o assessor de nosso Secretário de Educação, mas que valeu demais pela prosa que ele contou, que agora faço essa pequena crônica, com ar de humor. Aqui, o meu obrigada duas vezes, pela a gentileza da aquisição do meu livro e pela lembrança do amigo recentíssimo, Lúcio Brandão, ao me contar essa "história dos Ladrões de Gravatá"!

-Angel-

Obs: A foto acima, foi pesquisada na net com muito cuidado para representar por aqui esta crônica.Uma charge (Ricardo, el de Erikenea).

POETRIX: BEIJAR.....

segunda-feira, 12 de abril de 2010

CONTO: O SEGREDO DE SARAH LEE


Nos centros urbanos de grandes cidades, a agitação, é mão dupla no coração de quem passa, de quem espera nas lojas, para mover o capitalismo que avança e torna-se gigantesco cada dia que passa, cada segundo, cada minuto. Como um relógio em seus ponteiros que circula tudo o que se vende, tudo que inevitavelmente se esbanja. Os grandes e os pequenos empresários mal têm tempo para parar esses ponteiros do tempo.Agitam-se, preocupam-se obviamente com o lucro de seus negócios.

Numa dessas avenidas de centros comerciais, haviam várias lojas, grandes e pequenas, dependendo do capital que foi empregado. A lojinha do senhor Itabira e dona Judith, vendia artigos importados. Era simples, aconchegante, sortida, fora a princípio, alugada. Mas com a morte do pai do sr. Itabira, fora comprada, ficando nas mãos dele, de sua esposa Judith e de vez em quando, da única filha do casal, Sarah Lee.

O senhor Itabira casara já com idade avançada, assim como a sua esposa, Judith. Ele, nissei e ela, brasileira. Assim, estabeleceram nessa loja, uma clientela de alta rotatividade. A Sarah Lee, tendo 17 anos, cursava o último ano do segundo grau, tinha altura mediana, era magra, pele alva, os cabelos à princípio, eram castanhos escuros, mas com a ajuda da cabeleireira de um salão próximo, ficaram avermelhados.A sua fisionomia era fina, bonita, sorridente, rápida no caixa da lojinha de seus pais. Dava gosto para os mesmos quando a menina ficava no caixa!

Com o passar do tempo,o comportamento de Sarah Lee, foi modificando-se. Não suportava ajudar os pais, não gostava de estudar, ficava no apartamento onde morava com seus pais, desligada do mundo. Adorava ficar em seu quarto, sozinha, escutando músicas numa altura que incomodava os vizinhos do prédio. E por várias vezes, os pais recebiam reclamações através do sindico do prédio. Os pais contornavam sempre as diversas situações que a filha aprontava, ora no elevador, ora na piscina, com o uso de biquíni diminuto, escandalizando as pessoas lá.

Uma vez, na loja, Sarah Lee, discutiu com uma cliente por coisa boba.

-Moça, quanto custa o óculos?

-A senhora não está vendo o preço não?

-O número está pequeno e eu esqueci o meu óculos em casa, não consigo enxergar direito.

-Ah! A senhora é cega, mesmo?

-A sua mãe não lhe dar educação, não? Para atender mal assim os clientes!

-Ora! Minha senhora, deixa o óculos aí, já que está fazendo novela para não comprar!

A mulher ficou chateada com a rebeldia de Sarah Lee, saiu da loja, indignada. Depois, essa mesma senhora voltou até a loja, encontrou o sr. Itabira, contou o que aconteceu, ainda indignada com o tratamento pelo qual tinha sido atendida pela garota. Pediu para o homem não deixar a sua filha sozinha naquela loja, com o risco do mesmo perder a clientela. O sr. Itabira, com aquele jeito manso, com a paciência de ouvir as reclamações sobre a filha, fazia gestos com a cabeça de positivo. Embora chateada, comprou o óculos que necessitava e agradeceu a atenção do dono daquela lojinha.

Ao chegar no apartamento, o homem tenta falar com a filha, com a calma de sempre, sem se alterar, explica o quanto é preciosa a presença dela lá na loja, de seu carinho para com os clientes. Sarah fazia-se de arrogada, fingia ouvir, fingia entender. Quando o pai terminava o sermão, ela nada respondia, como de costume, corria para o seu quarto e fechava-se.

O tempo passava, era inverno forte. As tempestades, as chuvas demoradas, as enxurradas, as avenidas alagadas. Tudo era transtorno no inverno! E para não fugir das regras que ocorrem em grandes centros urbanos, muitas lojas invadidas pelo excesso de água. A loja do sr. Itabira, foi parcialmente comprometida, deixando um pequeno rastro de perdas de mercadorias.

Naquela noite de inverno forte, de tempestades, de preocupações quanto aos prejuízos do pequeno comércio, o silêncio reinava naquele apartamento.O sr. Itabira contabilizava, na mesa da sala de jantar, o que havia perdido com a água das chuvas.
Sua esposa Judith, assistia como de praxe, a novela e a Sarah Lee, no seu quarto.

Antes de dormir, desligaram a TV, as lâmpadas das duas salas, caminhavam para o quarto, quando a dona Judith teve a ideia de dar uma boa noite e um beijo em sua filha. O sr. Itabira continuou caminhando para o quarto do casal, acendeu a luz, sentou na cama, quando ouviu um grito absurdamente alto da mulher.

Ao chegar no quarto da filha única, linda, nova, em pleno início da adolescência, da vida, de um futuro que prometia a sua continuidade no comércio, viu a mesma ali deitada, completamente paralisada. A mulher tentava em vão reanimar a filha, que se encontrava com o nariz sangrando, entre o quarto e a suite. Na mesinha no seu computador, espalhado no pratinho, um pó branco, por eles desconhecido.

Chamaram a ambulância, deixando todos do prédio, em ampla curiosidade, perguntando-se o que havia acontecido com a menina. Mas os pais já desconfiavam que Sarah Lee, tinha morrido por causa do uso excessivo daquele pó. O diagnóstico pós morte, foi feito, morte por overdose.

Uma pena que mais uma jovem com a vida toda para seguir em frente, com uma família bem estruturada, com um valor aquisitivo bom, tenha se perdido nesse mundo louco e obscuro que é o das drogas. Os seus pais lamentavam não só a falta de diálogo, de atenção devida, mas também da busca por outros recursos para salvar a sua única filha.Seria a ganancia a culpada? O capitalismo louco? A falta de amor? A falta de fé?

-Angel-

POETRIX- ACALENTO

HAICAI- CASTELOS

sábado, 10 de abril de 2010


SEGREDINHOS MÁGICOS

Estava tão sozinha num entardecer,
Onde o sol já fazia o seu ninho
Da energia que exalava...
E eu ali, num encanto,
Era algo assim indescritível.
Deus percebeu isso, agora sei!
Enviou um anjinho de asas
Tão diferenciadas, um colorido
Que nem todos os versos de uma poesia
Seriam capazes de descrever!
Um anjinho em forma de pássaro,
Diminuto, cabia entre os dedos,
Num acarinhar das mãos!
Ele tinha um canto diferenciado
Complicadinho, fantástico!
Numa invasão tão repentina e absoluta,
Como se quisesse fazer como o sol
Também o seu ninho.
E juntos, eu e ele,
Ficamos num contemplar absorto,
Entre uma incredulidade, a minha.
E um sustinho da vida minha, ele.
O quê Deus quis me falar,
Ainda não consegui discernir,
Mas amei, amei, eu amei!

-Angel-

ABRAÇA-ME


Abraça-me...
Destituído de tudo
Longe dos problemas
Com o corpo leve,
Seja só nós, plenos!

Abraça-me...
Desligado do mundo
Longe dos dilemas
Com o corpo a vagar
Entre nossos desalinhos!

Abraça-me...
Como meu corpo fosse violino
Onde as cordas, você,
Só você sabe, tocar...
Nos delírios de nossos beijos!

Abraça-me...
Como se nada existisse,
Nem tempo, nem frio,
Nesse mar de amor
Mergulhamos, perdidos...
Ondas enlouquecidas de nós dois!

-Angel-

MICROCONTO: TALENTO


Talento, sabemos que ele tem! Fazia academia,corria no calçadão,paquerava todas que passavam,e sua conta do banco, a mulher, bancava..Aff!

-Angel-

MICROCONTO: OPERADORA X


-Alô? É da operadora X?(Ah!Aquela voz!Os Números!Aquela musiquinha!A voz de novo! A espera!)-Tum,tum,tum...Oras!Vou começar outra vez!

-Angel-

MICROCONTO: SÓ FAMA!


Amigos, viviam sorrindo, brincavam, bebiam juntos, dividiam o apê, todos falavam...Mas à noite, mandavam ver com as noivas! Só fama!


-Angel-