sexta-feira, 20 de março de 2015

SEUS OLHOS

                                                                       

Encontro-me sem rumo
Acuada, hipnótica
Visão de claros abismos
Vício de minha retina
Perdição de minha vida!
Costume de meus olhos!
Amá-los? Venerá-los?
O que fazer?
Guardá-los, escondê-los,
Lembrá-los, sonhá-los!

-Clécia Santos-

Obs: Foto cedida por Renato, um lindo amigo paulista.

SONHO





Refiz-me em verdejantes flores

Reflorestei-me, revivi-me em versos...
Tão longos e curtos (mesmo tempo)
Na retrospectiva de sonhos...
Tão tristes e alegres (controversos)
Num percurso de abstratos...
Tementes ou dormentes(tolerados)
Reconduzidos ao algum dos mundos
Berço, mental e refeito...(Sonhos).

Clécia Santos 



MINHA DOR



É dor indolor

Insípida...
No rosto, é suor.



Clécia Santos

ENCARTE DA FOLHA POÉTICA - 2015





DESCOBERTA


Hoje me refiz ao espelho
Retoquei minha calma
Bebi o estresse
Pisquei para a esperança 
Passei o baton disfarçando
A palidez das palavras
Pintei o rosto da cor 
Rosada da amizade.
Fiz assim, as pazes
Comigo mesma.
Reconheci que o tempo
Só constrói rugas...
Minha idade não passou
Sou reflexo congelado da alma
Minha essência, minha descoberta!

Clécia Santos

sábado, 7 de março de 2015

LEMBRANÇAS




Doces e ocultas
Lembranças...
De quem te ocupas.

Clécia Santos

REFLEXOS

                                                                       

Na rosa simples
Espelho...
De vidas, reflexos.

Clécia Santos

Obs: Imagem compartilhada por Erilva Leite.

SÓ PARA MULHERES




Percebi-me desfolhando rosa
Inteiramente sonhadora
Bem me quer e bem me quer
Só intuição! Só intuição!

Brotei num jardim sem asfalto
Nem desfrute, nem salto alto
Simples, leve, delicada,
Só essência! Só essência!

O espelho refletiu o que eu quis
Nem muito magra, nem sarada
Singela, ideal, perfeita,
Só beleza! Só beleza!

Desejos de mulher
Sonhos de mulher
Intuição de mulher...
Sou mulher e sei disso!

Clécia Santos

CARMIM





Ouço o canto da terra
O silêncio e os seus grilos

Ouço o solo que toco...
Gigantesco. em volta de mim.

Ouço o ventre que sou...
Meditando, movendo-se aqui.

Ouço a canção de ninar...
Estradas trilhadas do tempo, enfim.

Ouço o soluço calado
Dias e noites, jorrado por mim.

Mas vejo brotar em toda mulher
Beleza e ousadia de lábios carmim.

Clécia Santos

domingo, 1 de março de 2015

LUZ




Cometa-se
Delire-se
Submeta-se

Ilumine-se
Banhe-se
Transborde-se

Limite-se
Mire-se
Ultrapasse-se

Grafite-se
Transporte-se
Simbionte-se

Reflita-se
Reflexos
Na luz. Convexos!

Clécia Santos 

PONTA NEGRA

                                                                       



De ponta a ponta do horizonte
Mar de lágrimas salgadas
Embebidas pelo sol e lua
Canções de dias e noites.
Brindes e mais brindes
Aqui e ali vivem-se histórias
De longes jangadas
Barcaças ao léu
Azulado e belo céu.
Encantos de cada canto
Brilhando vidas e emoções
Festivas e lembradas
Embaladas pelos ventos
Riquezas de amor sem fim.
Ponta Negra abraça em silêncio
Todo o portal de braçada de mar
Só nos olhares e no coração
De quem possa levar...
Um amor para conquistar.  

Clécia Santos

TEU CAIS


                                                                     
                                                               





Ao entardecer, pouso meu olhar
No resto dos raios do sol
Tuas águas a banhar, a amar
Num constante deslizar, arrebol.

Em teu cais, ouso até pensar
Que sou em mergulhos, uma nau.
E flutuo na imensidão teu mar
Seguir contigo um romance natural.

Pureza e poesia me encantam
Palavra por palavra desta visão

Também prosaica e de emoção.

Brilho dos últimos ou penúltimos
Raios ao léu de teu cais anoitecido
Um breve: Até logo, já amanhecido.

Clécia Santos



SEUS OLHOS

                                                                         
                                                                   



Íntimos
Impares
Intempestivos!

Clécia Santos



POR UM AMOR









Sal


Va

Dor.



Clécia Santos


Obs: Trata-se de um palavratrix.

SOLIDÃO?










Não digo adeus a mim
Estou sobrevivente
 Nem caus, nem fim
Congelei vivente.

Solidão? É poesia!
Não tenho tempo!
Fome? É pura reticência
Na eminência do vento.

Outra vez, devoro o dia
Sem sofrer respingos
De qualquer nostalgia.

Solidão? Nenhuma! 
Minha vida me consome
Rendida! Não se aproxime!

Clécia Santos