segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

PERFUME


Exalo, exalas, 
Aroma suave
Trazido dos ares naturais
Amadeirados, misteriosos...
Das poeiras estrelares.
Um misto de eterna paixão
Ou um facho de emoção
Que leva-nos ao enigma casual
De que pessoas e almas
São fragmentos
De um mesmo frasco.

-Clécia Santos-

SENSIBILIZAR



Ah! Doce Dia! Delicado!
Amanhece cinza ou seria nublado?
Um distraído orvalho desce
Esquecendo que amanheceu.

Ah! Doce dia! Inconstante...
Ora sopro de ventos frios
Ora raios de sol tímido.
Qual será tua temperatura? 

Ah! Doce dia! Rompido!
Deixe-me por esquinas, poemas
Músicas leves e de bons tons.
Chuvas? Apenas rápidas e finas... 

Ah! Doce dia! Ameno dia!
Tenha calma comigo, contigo...
Surpresas? Só aquelas suaves
De sonhos bons e bem sensíveis.


Clécia Santos

FLORES TRISTES




Na noite, quais flores são tristes?
Uma. duas, três?
Nenhuma! Flores apenas se perdem...
Em noites com ou sem luas.
Com pouco brilho...
Elas apenas interpretam
Os futuros sonhos de alguém

Clécia Santos



sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

DE MAR, AMAR E SONHAR


Duvidei de minha sorte
Briguei com um sono de morte
Embriaguei-me de vida, 
De amores, de sono, de sonhos...

Sonhei com o mar...
De ondas agitadas...
De ondas calmas...
De amores a duvidar.

E minha fantasia
Sei muito bem,
Nada queria...
Só sonhar, sonhar e sonhar...

Beirando minha vida
Um mar raivoso,
Um sonho perdido
Um amor medroso.

-Clécia Santos-

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

PÉTALAS DE SANGUE



É o fim! Fechei a porta
Não me contive, fechei a alma
Na ansiedade não fiz escolhas
As escolhas e encarnaram
De pétalas sangrando
Temperamentais e distraídas.

É o fim. Mas afinal tentei abrir a porta
Não acreditei, o tempo passou
Esgotou toda ilusão, sangrou!
A pausa para o silêncio
Recebeu um cartão vermelho...
Todo adeus é despetala da desilusão.

Como um ramalhete desbotado
O que não é para ser amor
De rubras rosas, amarelaram
E sendo o fim...O que restou?

Clécia Santos

QUINZE MINUTOS





Um vendaval de pensamentos
Passam-se em minutos
Pousam flor do dia,
Vento, amor, energia
Minha alma almeja
Tua alma aqui também 
Em quinze minutos...
É tão pouco tempo
Mas plural nesse pequeno 
Interior dos mundos
Reflexo de que a poesia me basta.
Em foco, vou te buscar
Mesmo assim, em pensamentos.



Clécia Santos

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

VIVA !- É CARNAVAL! - AGRADECIMENTOS


Olá amigos, amigas seguidores e leitores!

Estou bastante feliz por está aqui com vocês, perto ou distante! Gosto de escrever poemas para um público que admira e ama a poesia. Este blog existe há seis anos e é muito bem visitado por leitores do Brasil e de outros países, neste mês de fevereiro de 2015, as visitas estão contabilizadas em 126 mil e 365 pessoas (total de visitas). Muito obrigada! Agradeço a cada um de vocês por contemplar os diversos tons de poesias e crônicas que aqui se encontram! Um ótimo carnaval para VOCÊS! Meu abraço!

Clécia Santos

SONHAR CONTIGO



Se foi um sonho ou se foi real

Ainda estou incerta.
Incerteza que deixou uma certeza...
Voltarei em sonhos para teu abraço,
Teu olhar sedutor, tua busca...
Incessante por meu olhar.
Incerteza que deixou a certeza...
Pedirei outra vez teu amor tímido
Que deixa insegura até minha timidez
Só para lembrar tua inconstância.
Quem sabe, quem sabe outra noite?
Em outro sonho...Em outra lembrança
Nossa telepatia se encontra?
E será um amanhecer contigo.

Clécia Santos

ILUMINAR



Imagine! Se a vida...
A ilusão e negação 
Fossem plena fusão.
Bastaria o sol...
Iluminar brechas
Revelaria forma de viver
Felicidade superficial.

Clécia Santos

PONTA NEGRA




De ponta a ponta do horizonte 
Mar de lágrimas salgadas
Embebidas pelo sol e lua
Canções de dias e noites.
Brindes e mais brindes
Aqui e ali vivem-se histórias 
De longes jangadas
Barcaças ao léu
Azulado e belo céu.
Encantos de cada canto
Brilhando vidas e emoções 
Festivas e lembradas
Embaladas pelos ventos
Riquezas de amor sem fim.
Ponta Negra abraça em silêncio 
Todo o portal de braçada de mar
Só nos olhares e no coração 
De quem possa levar...
Um amor para conquistar.

Clécia Santos

sábado, 14 de fevereiro de 2015

ALMA





É fogo que não se apaga,
Tece por mistérios toda a poesia
Do que se chama emoção!

Clécia Santos


VOCÊ




Você que aos olhos me rendo
Vejo-me neles um brilho sedutor
Vejo-me neles reflexos de amor...
Tremo, mergulho, temo...
Medo de cair em profunda tentação.

Você que nada precisa dizer...
Proferir aquela palavra em verso
Descrevendo incertezas certas 
Flexando punhais cortantes
De um relance já delirante.

Você que em lábios não beija
Mas me diz segredos 
Pensamentos febris feito lampejos
Alucinantes e em talta tensão
Perdidos, apaixonantes e silenciosos.

Você que misteriosamente imóvel 
Toca-me em todos os tons
Cores de troca de olhares
Fervilhando tudo que refere-se
A um possível amor e sedução.

Clécia Santos

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

MINHA CANÇÃO DE EXÍLIO


Minha casa não tem palmeiras
Mas há canteiros de rotina
Entre muretas e cercas elétricas
De centuriões em sentinelas
Anjos invisíveis talvez!

Minha vida se encontra assim
Entre o medo e o sobressalto
Beirando fatos de violência
Onde só pedindo clemência
Talvez aja uma solução!

Minha cidade se fecha cada dia
Entre murais, vidraças e grades
Na ilusão de que estamos guardados
Nessa versão de falta de segurança
E aja aja nesses dias esperança!

Tenho vontade de voltar
Aos tempos de criança
Que nem muito longe está
Apenas para dar minhas saídas
Deste caos à beira mar!

Como toda a canção de exílio
Peço licença e não vou me estender
Vou repetir mais uma vez
Chega! Chega! Queremos liberdade!
Sair das prisões domiciliares!

Clécia Santos

BAZAR


Nos arredores, o silêncio grita
Pulsa coisas remotas
De gavetas que expõem intimidade. 

Sem receio, revirei peças por peças

Procurei algo adormecido,
Enfim nada foi encontrado...
Pleno estado de mofo.

Belezas remotas pelo tempo
Manjadas, empoeiradas,
Algo de brilho roto, sem idade.

Descartei coisas por coisas
Procurei algo envaidecido
Enfim de cores ou enfeitado
Simples reviver de reviravoltas.

Clécia Santos


LUGAR PARA SONHAR


Poderia abrir portas de castelos
Construir redemoinhos de perfeições
Voar, fluir, emergir...
Transbordar riachos, rios, mares, 
Ser um ser pequeno ou invisível.
Sonhar! Sim! Só nos sonhos...
Podemos tudo e nada
É monstruoso o impossível 
Dos sonhos. Sem forma
Sem lugares definidos...
Sonhar pode ser uma das memórias
Mais vivas do existir,
Não existir, existindo...
Lugar divino e pessoal de sortilégios.


Clécia Santos

VOU ALI SER FELIZ E VOLTO JÁ





É nos sonhos que a liberdade
Não tem qualquer vergonha
Nem tem qualquer idade...
Livre, nosso corpo incorpora
Todo o direito de ser feliz.

É nos sonhos que a felicidade
Se encontra em cada curva
Sem elos, sem paranoia...

Livre, nosso corpo é anjo
Cai nos braços de Orfeu.

Mas quem é Orfeu, gente?
Seria outro anjo à espera da madrugada? 
Ou um Deus da mitologia grega?
Sendo Orfeu, que importa?

É nos sonhos que alguém me espera
Sendo sorrisos e encantos poéticos
De cantos e canções longínquas
De vozes que se encontram leves
De sussurros, novos gracejos.

No sonhar, a ilusão não existe 
Pois ele próprio já é irreal
Pomposo ou não, iluminado ou não
Sonhos são inerentes de cada um.
Sendo assim, vou ali ser feliz...


Clécia Santos

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

CARNAVAL DOS SONHOS


Estive todo tempo mascarada
Num banquete de sonhos venezianos
Depois das delícias, pé na estrada
Por ruelas, pontes, sem rumos.

Nada era real! Nem a música!
Significado de sonhos proibidos...
Só o perfume me inebriou, ainda
Do despertar do sapatinho perdido.

Deixei lá nas gôndolas, meu amado
Perdido, beijado, desesperado...
Quando? Quando voltarei? Saudade!

Deixei em sonhos, carnaval veneziano
As máscaras, o meu amor verdadeiro
O perfume e sapatinho, Restou saudade!

Clécia Santos

sábado, 7 de fevereiro de 2015

MÁSCARAS



Não se observa o olhar
Almas ou corpos.
Há amontoados de ferros
Contorcidos e retorcidos,
Amassados e amordaçando
Lábios, lágrimas, labirintos.
Sentimentos risonhos e feridos
Num mesmo ritmo,
Num mesmo salão,
Num mesmo carnaval. 
E ferve, ferve...

Clécia Santos

ENTARDECER




Cabe dentro de meus olhos
Tudo! Quando o sol se vai...
Um mar de saudade me abraça
Um romper de ondas se enfurece
Uma vontade louca de ter você...
Mesmo em silêncio e incógnito
Para preencher meu abraço.
Meu entardecer é brilho de seu sorriso...
É um pouco dessa despedida...
Que o sol nos brinda...
Que ocorre incansavelmente.
Só sei que meu pensamento...
Entardece em você! 

Clécia Santos

GOSTO DE MENTA


Estou aqui nas minhas bolições mentais
Num parapeito florido
Criando medos e abrigos absurdos
Que o frio me desnuda
Quarto adentro...
Estou aqui nas reviradas de pensamentos
Pelejando minha alma
Para parar de me consumir
Desse frio agridoce...
Estou aqui rosa gosto de menta
Nem vento, nem rude
Apenas ao léu
Plenitude lenta
Das canções do tempo.


Clécia Santos

SOLIDÃO, RIMA E VERSO



Não sei! Porque a vida mudou...
Tropeçou entre o sorriso e lágrima
Não sei! Porque reiniciar é dor...
Sem verso e nem rima.

Hoje sem poesia, o quê sou?
Se nada é paraíso. É irmã...
Do sofrer e desespero. Restou...
Goste de ausência e lágrima.

Eu e a lua somos únicas no universo
Ela fria, indiferente, solidão
Eu lágrima, quente, fases e solidão.

Nostálgica, nem percebo em verso
Eu e a lua somos sombras da solidão
Pois até ela, eximiu a própria solidão!

CléciaSantos

NOS TEMPOS DE MENINICE



Quando chegavam as férias
Nem mesmo amadurecia...
Nossas malas, já fazíamos
E rumávamos pro sertão de Caicó.
Ainda lembro de vovô, tios,
Tias, primos, primas, agregados...
Até curiosos se achegavam.
Aquele cheirinho de terra batida
A bicharada, o ar quente e puro.
Tudo, tudo era prosa!
Lembranças que não voltam...
Estão acesas apenas na memória.
Nos tempos de meninice
Lá em algum espaço de Caicó!

Clécia Santos

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

MADRUGADA



Ânsia, náuseas
Nostalgia, reviravoltas
Insônia, inquietação. 
É madrugada e o sono?
Ele não chega
Não bate a porta
Se esvazia
Em brancas nuvens
Silencia, como o que me envolve
Transcende e se desfigura...
E eu aqui totalmente 
Em estado de alerta.
Não! Quero excluir essa madrugada!


Clécia Santos

REINICIAR




Fazer de obstáculos uma canção
Recomeçar instantes de consciência
Num frenético carrocel de emoção
Num constante pensar de resistência.


Onde do alto, resignificância
Brilhar de forma coletiva...
Estando no controle a resiliência
Observar, antes da tentativa.

A vida é assim, vai e vem
De altos e baixos, ação!
Labirintos de pura emoção.

Mas a vida é mesmo assim
Um dia duro, outro leve. Canção!
A cândida câmera de rotação.

Clécia Santos

Obs: "Recomeça se puderes sem angústia e nem pressa..." Miguel Torga