domingo, 12 de abril de 2015

DOMINGO


 
   





 





        Dia lindo para viajar para João Pessoa, de ver um mar reluzente, de abraçar o verde das paisagens, de ouvir músicas lindas...Fui! Assim, me encontrava fazendo planos, virando de hora em hora na minha cama em plena madrugada. Mas com quem iriei? Se levo o meu "namorado" ou se vou com uma amiga? Sim, meu suposto namorado tem tudo para ser real, mas prefere a Anne. E eu, fico aqui, fazendo planos, sonhando acordada, esperando migalhas, esperando no dia de domingo, viajar.
        São duas da manhã, já recebi um telefonema dele, dizendo que viria para irmos juntos, mas o silêncio ensurdecedor me sufoca, me deixa angustiada com essa dúvida cruel. Quando vou cochilando, o celular vibra, é ele. Diálogo difícil, com barulho, som de festa, palavras balbuciadas, palavras desencontradas, palavras com cheiro de álcool, palavras perdidas...Tum, tum, tum,tum...
         É pelo visto, deve está se esbaldando com uma turma de amigos, ou então, nem pensar! Com a figurinha da Anne. É pelo visto, nesse domingo, ficarei em casa! Mas não! Vou fazer outra coisa, já sei muito bem!
         Amanheceu! Peguei o carro, sabia mais ou menos onde encontrar aquele meu "namorado". Caminhei com o carro com a mente fervilhando, em chamas, pela noite mal dormida, pelo plano não realizado, pelo medo de encontrá-los juntos, tudo, tudo passava como uma fita de um filme louco. Enfim, chegando perto da casa de Anne, vi realmente que o suor do medo misturado ao estresse, só me faziam ter uma certeza, vou encontrá-los juntos.
       
Ao virar próximo da residência, avistei ambos numa parada de ônibus. Gelei, me surpreendi à esmo! Certamente não pararei, acelerei o carro, não fui observada, mas resolvida, tornei-me muito resolvida! É fim de caminho para ele, não mais sofrerei, está tudo acabado! Mesmo sem ele saber, digo agora com toda a convicção: _ José, que a Anne te carregue! Adeus!


                                                               Clécia Santos

INDIFERENÇA


Entre o medo da solidão,
O silêncio e a indiferença.
Melhor seria nada,
Nada tivesse existido
Só assim...
O recomeçar seria
Menos doloroso
Feito de perdão,
Renuncia...
E quiçá de esperança!

Clécia Santos

FEITO TATUAGEM







Não importa
Se grafite...
A tatuagem é porta!

Clécia Santos

UMBU








De água na boca
A língua falou...
Umbu da minha vida!

Clécia Santos

Obs: Esta fruta é muito encontrada no Nordeste do Brasil.

SOU FERA...








Quando esqueço
De esquecer
A coragem que sou.

Clécia Santos

CAMINHO





Longe de chegar
Medo de sair
Impossível de voltar.

Clécia Santos

domingo, 5 de abril de 2015

DINHEIRO, DINHEIRO...

                                     
                                               

                                                          Uns conseguem fácil
                                                  Já outros...
                                                  Impostos.

                                              Clécia Santos


                    

PALAVRAS



Orbitei palavras amenas
Gosto de mel e puras
Mas cheias de sal e duras
Singular formas de gírias.

Girando suor e labutas
Florindo mãos e lágrimas
Jorrei perfumes e águas
De minhas próprias disputas.

Ah! Triste fim da palavra!
Pintada e jogada ao léu...
Guardada, meramente engavetada.

Em breve, chegada e partida
Deslizando boca do céu...
Nas encostas do grito sem saída.

Clécia Santos


JESUS





Entre a liberdade
E a cruz...
Ele escolheu solidariedade.

Clécia Santos


LUA






Deslumbrado, meu olhar, viaja na paz
Espírito enigmático, vislumbre
Êxtase enluarado, perspicaz
Um querer está junto, teu lume.

Ah! Lua me deixe assim, fugaz
Beirando teu brilho energia...
Banhando meu olhar, audaz
Em constantes toques de alegria.

Reflexos teus, meus, nossos
Atraentes e atraídos, solidões...
Pernoites e noites, guardiões.

Ah! Lua me deixe assim, paraísos
Jogo de longe e perto, perdições
Procuras, romances, sensações.

Clécia Santos