quinta-feira, 13 de maio de 2010

CONTO: PRELÚDIO AOS SONHOS


Entre o espelho de minha sala e o de meu quarto, prefiro aquele que me transporte para os contos de fadas, de inseguranças de adolescentes, de uma beleza que se revela, de linda imaginação, da maciez de um tecido de estampas exóticas. Assim, veria que o talvez,era a certeza de que estava próxima das cacheadas mexas loiras da deusa Vênus.

Mas o meu espírito tem idade que ainda não descobri, e, quando chego próxima, esqueço.Viro criança emburrada, teimosa, inquieta, corro numa praia ainda limpa e longe de tantos "adultos" que sem consciência, sujam tudo, sem a menor culpa. E me perco na areia, de pés descalços, tocando de leve as ondas, querendo que o horizonte do outro lado da praia seja tocável apenas por meus olhos molhados de um sal especial da água do mar, a "saudade". Saudade de coisas que deixei de fazer, simples assim, de ver o mar, sentar, silenciar, refletir, ou não refletir, apenas admirar em volta, a natureza.

Nas águas verificar a minha imagem distorcida, contorcida pelo mover das ondas, tendo nesta distorção, a ideia de que naquele momento, tenho a incerteza de que a adolescência na minha cabeça não passou. Que o amor, qualquer amor, mesmo aquele amor ciumento de mãe ou de pai, está aqui, no meu coração. E se o amor é imaginário, então, dizemos que somos, de verdade, adolescentes!

O celular que estava próximo da cabeceira da cama, acende a luz, indicando que estava próximo de terminar a sua bateria. Deixo-o carregando, volto então para os sonhos, nos prelúdios que construimos, todas as vezes que vamos tentar dormir. Amanhã pela manhã, vou trabalhar, vou viver outra vez a rotina, com todos os seus ingredientes, numa receita que só eu sei como desenrolar. Agora, vou tentar esquecer que sou uma pessoa real, cair nos braços das nuvens, dormir e sonhar. O quê sonhar? Nem sei, depende do que vivi ontem e o que a minha mente vai fazer para esse transporte.

-Angel-

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