domingo, 28 de março de 2010


O EU INCONSCIENTE...

Por veredas andei por terras de um amor sem fim!
Ultrapassei o limite de meu ser,
Carreguei nos ombros a luta da vida
Ao deslizar do suor sofrido e idealizado,
Minhas mãos pegaram a enxada,
Rompendo a terra de barro
Na agricultura das terras de meu pai.
Me revoltei, sofri, chorei, estudei,
Fui à luta! Me formei, formei uma família
Onde o meu amor maior de meus lábios,
Saia só a minha MARIA, nem meu nome era JOSÉ...
Mas convivi tantos anos enlaçados nessa mulher,
Que me deu amor, filhos, carinho, vitórias!
Hoje, estou assim, acamado, introspectivo,
Pensativo de mim mesmo, falo com os olhos,
Ah! Como desejo sair pelos corredores correndo!
Me libertar desses tubos que fazem por mim,
O que meu corpo não responde mais.
Como gostaria de abraçar meus filhos,
Minha filha, meus netos e netas!
Mas amarrado ao leito, como posso fazer?
Nesses meus delírios entre o sono dopado
Sonhos lindos e coloridos que tenho dormindo
Ou mesmo acordado, sinto a falta de um livro,
Da caneta, de meus papéis, do que escrevia,
E lembro do carinho e da dedicação...
Em que com toda a emoção despertei a educação
Dessa família que me honra e me dar saudade
Dos risos, das festas, das comemorações!
Hoje, hoje, me encarrego aos poucos e sem saber
Até onde agradecer a Deus por tantos presentes
Na vida, ele me deu! Mas assim, dopado de medicamentos
Só tenho a vontade de dizer e chamar pelo nome
Daquela mulher que dediquei o meu corpo,
E que ainda por ela me arrasto em viver: MARIA, MARIA!

-Clécia-

Obs: Dedicado ao meu pai Rogério, observando e reconduzindo em um poema, em um talvez um pouco ousado, o seu pensar hoje numa cama de hospital!

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