sábado, 7 de março de 2015

CARMIM





Ouço o canto da terra
O silêncio e os seus grilos

Ouço o solo que toco...
Gigantesco. em volta de mim.

Ouço o ventre que sou...
Meditando, movendo-se aqui.

Ouço a canção de ninar...
Estradas trilhadas do tempo, enfim.

Ouço o soluço calado
Dias e noites, jorrado por mim.

Mas vejo brotar em toda mulher
Beleza e ousadia de lábios carmim.

Clécia Santos

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