quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

BREVE ANOITECER



Entreabertos livros
O vento leva
Toda a poesia
Do poente sol
Remoendo versos
De lábios em silêncios
Quase celestiais!

Clécia Santos 

BELEZA




Poesia voa versos
Em trigais
Ventos regressos!

Clécia Santos

NOITE


No teu breu
Enxergo
Meu apogeu!

Clécia Santos

FECHADURA


Encarcerado estais em mim
Feito milhões de segredos
Fechei esse coração assim
Matei turbilhões de medos.

Como perdi a chave. Ou melhor,
Como roubei teu coração. . .
Como libertar-me desse amor?

Fechada também estou!
Definitivamente encerrada. . .
Nenhum de nós se libertou
Acorrentado! Encarcerada!

Perdi a chave desse coração,
Que não quer abrir a porta
Para outra vez jorrar emoção!
-
Clécia Santos

domingo, 12 de abril de 2015

DOMINGO


 
   





 





        Dia lindo para viajar para João Pessoa, de ver um mar reluzente, de abraçar o verde das paisagens, de ouvir músicas lindas...Fui! Assim, me encontrava fazendo planos, virando de hora em hora na minha cama em plena madrugada. Mas com quem iriei? Se levo o meu "namorado" ou se vou com uma amiga? Sim, meu suposto namorado tem tudo para ser real, mas prefere a Anne. E eu, fico aqui, fazendo planos, sonhando acordada, esperando migalhas, esperando no dia de domingo, viajar.
        São duas da manhã, já recebi um telefonema dele, dizendo que viria para irmos juntos, mas o silêncio ensurdecedor me sufoca, me deixa angustiada com essa dúvida cruel. Quando vou cochilando, o celular vibra, é ele. Diálogo difícil, com barulho, som de festa, palavras balbuciadas, palavras desencontradas, palavras com cheiro de álcool, palavras perdidas...Tum, tum, tum,tum...
         É pelo visto, deve está se esbaldando com uma turma de amigos, ou então, nem pensar! Com a figurinha da Anne. É pelo visto, nesse domingo, ficarei em casa! Mas não! Vou fazer outra coisa, já sei muito bem!
         Amanheceu! Peguei o carro, sabia mais ou menos onde encontrar aquele meu "namorado". Caminhei com o carro com a mente fervilhando, em chamas, pela noite mal dormida, pelo plano não realizado, pelo medo de encontrá-los juntos, tudo, tudo passava como uma fita de um filme louco. Enfim, chegando perto da casa de Anne, vi realmente que o suor do medo misturado ao estresse, só me faziam ter uma certeza, vou encontrá-los juntos.
       
Ao virar próximo da residência, avistei ambos numa parada de ônibus. Gelei, me surpreendi à esmo! Certamente não pararei, acelerei o carro, não fui observada, mas resolvida, tornei-me muito resolvida! É fim de caminho para ele, não mais sofrerei, está tudo acabado! Mesmo sem ele saber, digo agora com toda a convicção: _ José, que a Anne te carregue! Adeus!


                                                               Clécia Santos

INDIFERENÇA


Entre o medo da solidão,
O silêncio e a indiferença.
Melhor seria nada,
Nada tivesse existido
Só assim...
O recomeçar seria
Menos doloroso
Feito de perdão,
Renuncia...
E quiçá de esperança!

Clécia Santos

FEITO TATUAGEM







Não importa
Se grafite...
A tatuagem é porta!

Clécia Santos